sábado, 28 de abril de 2007

como vou?

Pra variar, o assunto do meu blog sou eu. Queria estar escrevendo meu livro, no qual falaria de tudo que penso sobre qualquer coisa, exceto eu mesmo... Afinal de contas, queria fazer isso como uma forma de apresentação, e não como uma forma de confissão. Quando decidi começar a escreve-lo foi, talvez, 1 semana antes de começarem meus problemas e desde então que não consigo continuar.

Não sei bem como as coisas estão comigo, sei que não estão bem. Na verdade, não fossem os problemas de saúde que to tendo, eu estaria levando a vida como sempre levei, e como ainda tento levar: um dia depois do outro. O meu dia a dia consistiria em trabalhar na área que já conheço, procurando atingir uma renda mínima (bem acima do normal da maioria e do atual, mas que eu considero ser uma média) e/ou diminuir essa necessidade de gastar tanto tempo tentando sobreviver, através de empregos entre outras coisas. Consistiria também de me distrair com outras coisas que gosto, como sempre fiz, diariamente, prioriatariamente. Nunca quis mais do que isso na vida. As vezes me engano com outras coisas, coisa que aconteceu bastante recentemente, mas no fundo só quero poder aproveitar o tempo que tenho.

De uns anos pra cá, eu tenho tido cada vez mais sintomas de que tem algo errado comigo. Dos sintomas já cansei de falar: estão em outros posts aqui neste blog (talvez exceto meu sono descontrolado). Desde 2001 (sono) isso atrapalha meu trabalho, desde 2006 ao ponto de que eu não consegui nem manter um emprego, e hoje, um pouco reduzido, continua afetando o novo trabalho que consegui arrumar, limita meu tempo livre, me faz parar para pensar nas coisas, procurar entender o que posso fazer para me resolver e termina me deixando desanimado pra fazer o que gosto. Apesar de eu adorar tecnologia e o que faço no trabalho é basicamente usar o que aprendi a fazer por realmente gostar disso, o trabalho é algo que considero, basicamente, limitante. Eu queria, e sei que tenho potencial, pra fazer muito mais.

A empresa na qual estou trabalhando hoje é a mais promissora que jamais estive, tem todas qualidades que eu gostaria numa empresa, realisticamente (ou seja, o mínimo do que eu realmente gostaria). O único problema é que é o mesmo salário que eu tinha em 2001, que mesmo então já não era suficiente. Mas pelo menos hoje sobra um pouco no final do mês, ao invés de faltar, já que estou sozinho. Ou seja, o quadro é totalmente otimista. Mesmo assim, não consigo me animar suficiente para não ter sono no trabalho, e gosto de pensar que não é por falta de tentar. Afinal de contas, estou evitando fazer qualquer coisa fora do trabalho que possa comprometer o meu horário, e a única coisa que eu sei que poderia estar fazendo a mais seria pensar no trabalho fora do horário também, coisa que eu não acho que compense pela natureza do trabalho (e respectiva recompensa).

Tive várias oportunidade de procurar ajuda médica, e com muito mais intensidade nos últimos 3 meses, com um plano de saúde, e pude incluir fazer alguns exames que nunca fiz antes, de sangue e urina (apesar que ainda não sei qual meu tipo de sangue). Contudo, a bem da verdade não lembro de jamais ter sentido melhora alguma nos meus problemas vinda da medicina, excessão feita a ferimentos físicos e explícitos. E este ano não foi diferente. Mesmo assim, continuo procurando... Talvez por falta de idéias. De tudo que consegui acumular de informação desses profissionais é que eu preciso de terapia. Um psicologo, talvez um psiquiatra.

É reconfortante pensar que tudo que preciso é de manter uma terapia profissional, mas das várias terapias que já fiz, quase uma dezena (estou contando os terapeutas não as sessões, que não forma muitas mesmo, mas diria que foi uma média de 5 sessões pra cada um), não consigo ver como isso pode me ajudar. Me pergunto qual a grande diferença entre um terapeuta e uma auto-análise prolongada, cercada de pessoas. Perguntei pra vários dos terapeutas se existia algum caso que ele/ela pudesse falar "pronto, você está curado, não precisa mais de terapia", e não tive nem uma positiva. Todos, contudo, me parecem dizer que cada caso é um caso, que todos têm seu nível de complexidade e que um diagnóstico preciso é muito difícil. Se eu vou precisar de terapia a minha vida toda, quem não precisa? E pra que, então, gastar um tempo que não quero e um dinheiro que não tenho com isso?

Eu realmente não preciso de alguém pra ficar escutando minhas reflexões, nem pra ficar tentando resolver meus problemas internos, afinal de contas, são problemas que só eu posso resolver, ou que, no mínimo, nossa comunicação é fraca demais para conseguir influenciar diretamente. Sinto que o melhor que eu conseguiria tirar de uma terapia seria um sentimento momentâneo de conforto, e isso é longe de ser suficiente pra mim. E se gasto tanto tempo escrevendo é por que sinto ser uma boa forma de refletir mas talvez principalmente por que me perguntam: "como está?", "como vai?", "está tudo bem?", e minha resposta tem sido "estou tentando", "vou pra onde dá", "não, mas dá pra enganar" e completando com "se quiser saber mais, posso falar" e daí aqui termino falando, quando consigo concentrar suficiente esforço num lugar só.