quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Meu passeio na Nova Zelândia - parte 1

Estava escrevendo isto como e-mail para o nerdcast, pois fiquei com vontade de compartilhar (e relembrar da) minha história lá, mas vi que ia ficar muito grande e decidi colocar aqui. Acabou que ficou extremamente gigantesco! Então farei por partes... Segue a primeira.

Kiwano, nada a ver com kiwi
...

Em 2009 minha esposa estava querendo aprender inglês e finalmente decidiu tentar um curso fora, por 1 mês. Primeiro pensamos nos EUA, mas tive meu visto negado por ter família lá (longa história). Daí Canadá, mas tive o visto negado por tabela. Então, por que não Inglaterra? Mas daí seria Europa e pensamos que 1 mês seria muito pouco pra aproveitar o passeio. Por fim surgiu a idéia de Austrália e Nova Zelândia. Optamos pela segunda por ser mais barato e, se bem me lembro, mais fácil de entrar. Até então, tudo que eu sabia sobre kiwis é que eram uma fruta.

Aqui "abro um parêntesis": assisti todos Senhor dos Anéis, não gostei de nem 1, e nem do Hobbit, nunca li os livros e nem sequer sabia que aquelas 2 ilhas existiam. Ou seja, fui pego de surpresa duas vezes ao chegar. Primeiro por que o país é fantástico. Tem muita paisagem diferente, distanciadas por curtos caminhos! Depois, ao ficar sabendo que lá era a tal terra dos elfos e halflings modernos. Afinal, gosto deste universo todo, joguei RPG quando criança, e talvez até por isso achei as histórias do Tolkien muito batidas. Esperava por muito mais. Mas enfim...

O pássaro recebeu o nome
maori antes da fruta
Começamos a jornada, e todo planejamento, 1 mês antes das férias que vínhamos programando há mais de 6 meses - por causa de toda complicação de visto já explicada. Compramos a passagem na Argentina Airlines, para chegar em junho de 2010, pois era a mais barata e mais rápida. Parece que hoje não existe mais (como falaram na leitura de emails do nerdcast seguinte), mas na época foi excelente. Exceto pelo tempo de conexão de 2 ou 4 horas no aeroporto de Buenos Aires. Não lembro mais exatamente quanto tempo foi, mas foi suficiente para não podermos sair pra conhecer a cidade e termos que ficar esperando por uma breve eternidade.

Kiwi gigante no museu
de Auckland, já extinto
Daí fica a dica #1: leve algo para fazer. Um livro, um kindle, um notebook com adaptador de tomada, baralho, pois provavelmente terá que ficar numa conexão destas e sem muitas opções. De tabela, fica a dica #2: hoje em dia (2013), não leve notebook pra fazer turismo fora do país. Se quiser mesmo, leve com a nota fiscal. A única boa opção. Pode ter muitas complicações na volta e o smartphone cumpre todas funções com o benefício adicional de trazer complicação nenhuma na alfândega. Se informe antes com relação a isso tudo, de qualquer forma. Na época não tivemos esse problema. Levamos o notebook e declaramos antes. Era mais fácil.

Mais um avião e 14 horas depois, chegamos em Auckland. Acho que apaguei da memória a demora que deve ter sido esse vôo... Enfim, durante 3 semanas ficamos em 2 hotéis diferentes. O primeiro havíamos reservado antes. Tem uma mini cozinha nele e, provavelmente, é a melhor opção para quem vai ficar mais de 1 semana na mesma cidade e ainda quer privacidade e conforto (que não teria em casa de família ou algo assim). Afinal, é bom poder comer uma comida feita em casa as vezes. O único problema foi a internet. Muito cara. Ficamos sem. Andamos um bom tempo pela cidade procurando outro lugar, mas não tinha outro com cozinha, tão bem posicionado (aquele ficava bem no centro e próximo da faculdade dela) e tão em conta. Então pegamos um hotel normal, que tinha wifi. Pelo menos tínhamos internet afinal! Enfim, não ficamos 100% satisfeitos com nenhum hotel, para recomendar.

Foto da piroga retirada do
aucklandmuseum.com
Adorei a cidade. Todo movimento fica no centro, e dá para fazer tudo andando em longas caminhadas, ou pegar um dos excelentes ônibus circulares. Não chegamos andar de bicicleta, mas tem muita subida e descida. Seria bem defícil. Suspeito que mesmo hoje não deve ter muito disso por lá, ao contrário de São Paulo que começa a ter algo ou na Holanda que é no país inteiro... Lá fica tudo no centro. As avenidas são pequenas e o trânsito lá para na hora do rush. Por cerca de 30 minutos e, sei lá, 10km de trânsito talvez. Ou seja, não tem trânsito comparado para quem mora no caos de Sampa.

Um chafariz no parque de Auckland
O que notei também é a quantidade de arco-íris. Das 3 semanas que ficamos lá, vi eles em pelo menos 5 dias diferentes, que me lembre. Devo ter tirado várias fotos de pelo menos 3 deles, mas tá difícil contar e encontrar. Um deles foi no maior parque que vimos, com campos de futebol e rugbi, e um grande museu (origem das fotos dos kiwis acima). Neste tem também muita coisa sobre a cultura Maori. Não foi algo que me interessou, apesar dos vários artefatos um tanto impressionantes, como a piroga.
Diga "aaaaaa"

Contudo, enquanto eu ficava brincando nos parques, minha esposa adorou a cultura Maori e foi atrás de saber mais. Mesmo assim, eu aprendi nada a respeito. Só fiquei sabendo que gostam de gritar e colocar a língua no queixo. Na parte de baixo do queixo! É mais fácil ver ao lado.
E, realmente, é um país de esportes radicais e, talvez Auckland seja o ponto central disso tudo. Nós não pulamos de bungee jump (infelizmente) nem de nada elástico, mas fizemos tudo que o orçamento e coragem mútua comportaram. Afinal, não estávamos esperando por tantas opções!

No meio disso tudo, foram centenas de fotos que gostaria de compartilhar e colocar ao lado do texto, mas no fim tem tanta foto que não consegui escrever suficiente nem para colocar as poucas que selecionei... Então, desculpe por este enchimento e pela péssima formatação. :-P

Continuando... 
Tinha a SkyTower, o elástico "Bungy" no meio da cidade (e perto da dita torre) e brinquedos um pouco além de infantis em vários parques espalhados. O vídeo ao lado mostra um dos melhores deles, com uma tirolesa gratuíta... O que nem é grandes coisa, mas imagino que seja fantástico para crianças! Aliás, algo que não vi por lá. A SkyTower era uma atração a parte. Visível de todos os pontos da cidade, praticamente, ela tinha 2 esportes radicais embutidos nela, um cassino e 2 restaurantes no topo. Fizemos apenas 1 de cada. Andar do lado de fora da torre (certamente muito mais legal e diferente que cair na corda) e comer no self service que não girava (e era mais barato).

Abaixo, algumas imagens da torre...
Não pode ficar pulando :-(
O cassino, bem iluminado e escuro
Parte mais baixa da torre, cerca de 200m e chão de vidro
Mire na mosca!
Não mostra, mas depois ele despenca em velocidade constante (não é queda livre!) 

Fergs Rangitoto Kayaking
Por fim, para nos despedirmos de Auckland, fomos de caiaque para a ilha vulcânica. O vulcão mais novo da região, pelo que me recordo de terem nos contado (talvez no Fergs, talvez no museu, onde tem uma sala dedicada ao mesmo vulcão...), com apenas cerca de 500 anos desde sua última atividade. Também não me lembro bem, mas era algo entre 3 a 5 km de remada, somando ida e volta. Saímos um pouco antes do almoço e voltamos pouco antes do Sol se por. Nosso guia, autor do desenho ao lado, fazia isso por esporte. Em dado momento ele estava com tanta pressa de não chegarmos tarde demais, que amarrou uma corda no nosso caiaque e puxou nós dois, ele remando sozinho. E ele aparentava ter uns 50 anos, bem conservado. Impressionante.

A ilha tinha rochas vulcânicas e cavernas que não tivemos tempo de visitar por termos pego o passeio mais econômico e curto. Fizemos uma caminhada até o topo de quase corremos todo caminho de volta. Lá de cima, que não era tão alto assim, podíamos ver a cratera, inteira encoberta de floresta, e Auckland com sua SkyTower no horizonte. Se tiver pique, é um passeio que vale muito a pena! Se não, pode pegar um dos navios que portam por lá... Daí já não sei se compensa tanto. A ilha é linda, mas nada de tão especial que me recorde.

Gandalf de um lado . . .
No dia seguinte pegamos um meio de transporte para seguir viagem pelo resto do país. Optamos por um chamado de "campervan" e, no dia que locamos ela pelos próximos 10 dias, não tinha muita opção. Foi a van do senhor mesmo. Ainda tivemos um último empecilho. Paramos num estacionamento em Auckland para fazer umas últimas compras no centro e, ao tentarmos voltar pro "carro", o estacionamento estava já trancado. Cerca de 19h. Conseguimos entrar após algumas tentativas, quando alguém que tinha acesso ao prédio apareceu. E não foi logo a primeira pessoa.
Ou olhos medonhos por dentro a noite

Pra piorar, fomos ligar o motor, e nada. Bateria arriou. E começou a esfriar. Estávamos no inverno. Ficamos algo em torno de 2h esperando pelo guincho, que também teve dificuldade de entrar no estacionamento, quando chegou.

Uma vez que ele conseguiu entrar, foi só trocar a bateria (sim, teve que trocar) e seguimos viagem!