quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

manifesto ágil

Para quem sabe inglês, o site www.agilemanifesto.org tem 12 princípios excelentes sobre desenvolver software. E como programas, no fundo, são ferramentas utilizadas para resolver problemas (que muitas vezes antes do próprio aplicativo não existiam), eu diria que isso pode ser aplicado a qualquer coisa, mas isso já é um outro longo assunto.

Tentarei explicar em resumo...

- Individuals and interactions over processes and tools
Talvez o principal fundamento e que ainda estou tentando absorver. Só entendo que a interação entre os indivíduos deve acontecer a todo momento sendo a primeira prioridade. Mas acredito também que as ferramentas são essenciais para que isso aconteça, então não tenho certeza do que significa "processes and tools" aqui.

- Working software over comprehensive documentation
Vejo esse problema todo dia. Os membros do projeto se preocupam mais em documentar os problemas do que resolve-los. Mas aqui o manifesto fala mais especificamente sobre arquivos de ajuda, por exemplo. Uma interface simples e funcional dispensa uma documentação que explique como funciona.

- Customer collaboration over contract negotiation
Aqui sim fala sobre o problema de documentar problemas. Mais especificamente, gastar tempo negociando valores, tentando fechar prazos furados e projetos imprevisiveis. O foco poderia ser, por exemplo, o mesmo adotado na relação de empresa - funcionário: cria-se um ambiente colaborativo e simplesmente determina-se um custo periódico, que geralmente é mensal, mas recomendo semanal.

- Responding to change over following a plan
Conseqüência natural da idéia acima. O plano pode e até deve ser traçado, mas jamais assumido como um dogma. Define-se somente os aspectos gerais, e deixa os detalhes para serem ajustados no dia a dia. O mais importante é a dedicação em concluir. Pode-se dar estimativas, mas não se deve apertar prazos achando que isso dá resultado. Basta analisar tantos casos.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

trabalho

Tem basicamente duas coisas com as quais estou ocupando meu tempo hoje, e a primeira é o trabalho. Desde o começo. Sempre que tive qualquer trabalho, foi essa minha prioridade.

O problema é que o trabalho não me prioriza da mesma forma. Hoje entendo isso, e acredito que ninguém consegue fazer isso simplesmente por que têm outras prioridades. Ninguém se importa tanto com trabalho. Por menos que pareça, até pra mim mesmo, eu sempre me importei mais do que os próprios donos de cada empresa.

Bem, por isso terminei buscando ter outras prioridades também. E a minha outra prioridade hoje está sendo meu conturbadíssimo namoro. Começou neste mês, com o primeiro e único beijo, e só vi ela 3 vezes desde então. A partir de hoje, pretendo dedicar cada vez mais tempo a isso, e cada vez menos tempo ao trabalho. Respeitando as 170 horas mensais.

Não existe mágica, não sou super dotado de poderes ou intelecto. Se acreditam que consigo produzir bem, não é por que possuo um dom. É simples organização. E consigo fazer isso com basicamente qualquer coisa. Contudo ainda tenho um grande problema em escrever textos mais sucintos. Isso por que escrever não é nem um pouco fácil, por mais que pareça.

Digo isso por que neste trabalho eu já disse desde o começo que não queria fazer linha de produção, programação. E disse isso por que me frustra fazer coisas que jamais serão efetivamente usadas. Me pedem pra fazer tanta coisa inútil, só por que consigo fazer... Tanta coisa que eu olho pra frente e não vejo futuro. Dá pra saber que não tem utilidade.

Mas pedem. E pagam pra ver. E estão pagando cada vez mais caro. E ainda não é suficiente pra me animar, por que os custos mais caros vêm juntos. Qualquer um com algum tempo no mercado sabe que salário maior não é sinônimo de ganho maior. E no meu caso o ganho é ainda mais díficil de ser concretizado, pois não tenho 1 centavo investido no meu nome.

Pode-se dizer que tudo que já tive, investi ao máximo no meu próprio intelecto. Mas isso ainda não surtiu rendimento. Felizmente, está começando a dar sinais.


Hoje, no trabalho, executei as tarefas que o líder técnico pediu. Não tenho um relatório da situação, mas tenho certeza que, assim como no meu primeiro dia de trabalho, minha produtividade hoje, e nos últimos dias, foi pelo menos o dobro do segundo melhor em produtividade da equipe. E ele é bom. Melhor que eu em vários aspectos.

O que quero fazer neste trabalho atual, na Sterling, é exatamente melhorar a forma como eu vejo que o trabalho é feito. E sei resolver problemas técnicos, mas preciso saber quais são. Preciso de acesso aos dados. Todo e qualquer dado da empresa. Infelizmente, já senti, e me frustrei, ao saber que isso não existe. Não está disponível. Ninguém quer informar. Sim, isso inclui principalmente movimentação de dinheiro. Não, não estou interessado em lucro. Nunca estive.

Vou tentar explicar meu conceito de dinheiro em poucas palavras...

Acredito que dinheiro é a principal base dos problemas de uma empresa não pela falta ou pelo excesso mas sim pela distonância de valores. O ganho de cada membro da costuma estar vinculado diretamente, e quase exclusivamente, com cada respectiva responsabilidade. Se pensar em dinheiro como um captador de recursos humanos, isso está relativamente correto. Mas a moeda é uma troca de bens materiais, desde o princípio, e o ser humano não é um bem material.

O erro no conceito traz conseqüências das mais diversas. E esse é um conceito extremamente díficil de entender, talvez pela simplicidade.

A abordagem tem que ser de transparência. Informações jamais devem ser escondidas, apenas organizadas. A comunicação entre qualquer membro deve ser irrestringível, mas não irrestrita. E para isso tudo já existem ferramentas que são subutilizadas na tecnologia da informação, incluindo o próprio sistema de mensagens. O exemplo simples é comparar o gmail com o resto, assim como o google com o resto dos sistemas de busca.

Quanto a isso falarei mais depois. A questão hoje foi começar a mudar, coincidentemente com o fim do ano, minha prioridade para com o trabalho. Isso vai implicar em reduzir minha produtividade mas é um custo com o qual eu posso arcar e ainda me manter nos padrões do mercado, e o valor que me pagam. Já que é isso que insistem em demonstrar que querem.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

online vs offline

Why is google notebook a bad idea? That's how I got to this subject.

I'll try to be brief, at first...

CVS is the first form of controlling versioning system that I know of. Although I've never used it myself, I know it's old, and there's the "new" SVN, which is also outdated nowadays. I've tried using bazaar, and it seems nice, but smoething is still missing there. Dropbox, which I'm happily using across windows and linux, does have a CVS alike system, but I haven't really tried it. It's really promising, because it's the first one I've seem that can handle online and offline quite well. Why? Because it's simple and uses a lot of simple built-in technologies that new tools such as google notebook choose to ignore and forget that exist. Things like a user's file system and local storage (the first purpose of hard drive). Computers nowadays don't need HD if they're connected to the internet. But it's still really usefull to have your own offline box from time to time.

Wikipedia, by far, is the best online CVS i've seem. It's about perfect. But it's missing the offline part, and every issue that comes along with syncing those. rsync seems like a great tool to help with syncing issues but it lacks a decent GUI. And that's a big down. JFileSync does most of the job, although not as powerfull as rsync, it's portable. Supposedly. I can't make it work flawless on linux.

Well... With all that, I'm trying to find a solution where all that is merged, and working. Not a merged tool, I hate Microsoft for insisting on doing that kind of thing. A merged solution. It's something that can integrate many tools or not. That depends on the needs, and on what's already done, with solid background and/or functionality. Well designed tools which were sucessfully applied without trying to be a freaking swiss-knife-army, such as Microsoft Word or even Windows. Or even google notebook.

By the way, I've loved notebook for quite a while for its usefulness and simplicity, but after some considerations, it's google turning same wrong sideway ms did a while ago.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Buscando um lugar

a primeira vez que parti pra buscar um lugar pra morar, encontrei um lugar otimo, ideal pra epoca, em 1 dia de procura, num jornal local, por conselho de quem ja morava por la. isso foi nos EUA, em NJ. morava em uma cidade e encontrei em outra. fechei o negocio no mesmo dia, se bem me lembro, e em 1 semana ja tinha me mudado, comprado cama, sofa e fui aos poucos ajeitando o resto com ajuda da recem chegada mae. o lugar eh relativamente caro, mas isso devido a estrutura necessaria, de aquecimento do ar e da agua, e a constante manutencao disso tudo. ainda assim, esta dentro do salario pago, em empregos faceis de encontrar. tudo direto com proprietario.

a segunda vez, ja de volta a Sao Paulo, foi catastrofico. nao soh nao tinha emprego, ou seja, condicoes de bancar um lugar, como nem me lembro mais por onde passei, mas sei que tive que ficar na casa de amigos e familiares. por fim, com ajuda de custo da mae, cerca de U$150 por mes, arrumei uma pensao proximo aa faculdade, depois de 1 semana de busca.

a terceira vez, em Piracicaba, foi pior ainda. passei 1 semana pra encontrar um lugar onde pudesse procurar uma pensao, depois de pesquisar em TODAS imobiliarias da cidade e desistir. 1 dia pra visitar as opcoes, e daih 1 ano pulando de uma pensao / republica pra outra pq nenhuma satisfazia minhas necessidades de cada momento em particular, e por que alugar um imovel era impensavel. eu tinha renda mais que suficiente, mas as imobiliarias exigem muito mais que isso, documentos que nada provam e apenas servem como um filtro arbitrario para uma virtual seguranca aos locadores de que o locatario ira cumprir com um acordo.

nada sequer proximo da facilidade da primeira vez. na qual aluguei um apartamento. pequeno, mas completo.

a quarta vez eh agora. faz 1 mes que estou procurando um lugar, desisti. fui 2 dias atras pra um lugar temporario ateh conseguir encontrar um lugar onde consiga ter um bom espaco. no fundo sei que aqui no Brasil essa possibilidade eh quase nula. basta olhar ao redor, entender um pouco de economia e ter uma visao global. ja sei que nao adianta imobiliaria, pois ja vi que sao equivalentes a de Piracicaba, e de nada ajudam, apesar de que em sampa parece existirem excessoes.

mas bem, eis como achei o lugar que vou ficar no proximo mes:
http://www.google.com/search?num=50&hl=en&q=site%3Acidadesaopaulo.olx.com.br+aluguel+mobiliado+banheiro+sao+paulo+-buscando+-procurando+-procuro

e aqui estao lugares que cogitei antes dessa decisao, misturado com lugares que ainda deverei cogitar:
http://maps.google.com/maps/ms?ie=UTF8&hl=en&msa=0&msid=116884700952940186749.0004356604683086b9cf9&ll=-23.598048,-46.715412&spn=0.019034,0.038581&z=15

em vermelho sao os pontos que trabalho / trabalharei ou ha possibilidade, sem contar tantos outros que ainda estao por vir. por isso, e pela dificuldade em ficar me mudando (que seria o ideal) preciso de um lugar meio central, o que tambem facilita o transporte. essa eh a parte simples, a localizacao eh soh isso.

em amarelo sao pensoes e vagas. em verde, apartamentos. em qualquer caso quero um lugar independente, organizado e arrumado, e sem qualquer burocracia. pode ser com imobiliaria contanto que seja um bom espaco pra dividir os custos, e aceite deposito. nao tenho nem pretendo buscar fiador. muito menos seguro fianca. procuro um lugar em que eu termine gastando no maximo 1 mil por mes sozinho, mas eh um valor que vou procurar dividir com mais alguem, ou muito talvez com outras 2 pessoas. nao sei se alguem consegue entender isso, nao eh tao simplorio qto pode parecer.

a diferenca da vida entre os dois paises que morei eh estrondosa, por inumeraveis motivos.

nao quero possuir imoveis, quero poder caminhar ate o trabalho, soh preciso de um lugar pra dormir que seja proximo. hoteis tem um preco inviavel per noite e a necessidade de roupas limpas torna dificil ateh mesmo isso. o custo total de nao ter um lugar fixo, e manter um bom padrao, deve se aproximar de R$4 mil por mes, contando com a necessidade de um carro somente para ter um lugar para deixar coisas basicas como roupa. sem carro, consegue baixar pra R$3 mil, mas a mobilidade desce e possibilita mudar somente 1 vez por mes. ter um lugar fixo, contudo, custa cerca de R$2 mil por mes, mas gasta-se uma quantidade de horas no transporte que pode sair caro, ja relativo ao suposto salario necessario pra sobreviver no primeiro caso. qualquer coisa abaixo disso, em sao paulo, requer um capital inicial, um investimento alheio alem do proprio, ou uma qualidade de vida bem baixa.

em paises melhores, tenho quase certeza de que o custo pros tres casos nao difere de forma significativa. pode-se ateh pensar num trailer, se for essa sua necessidade de trabalho.

bem... misturei muita coisa, escrevi demais sobre coisas nada praticas, e me ajudei um pouco a repensar o que estou fazendo, mas ja estou ha tempo demais devagando, e ja tem lixo demais escrito.

no fundo, pouco importa um lugar pra morar, minha busca nao eh tao pontual.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Desempregado

Estou há 8 meses desempregado, e fazem 2 meses que isso começou a pesar. Muito. Estou até mesmo cogitando pegar um trabalho das 05h às 12h da manhã, em um call center (Tellus), que paga R$450. Estaria ganhando menos, pra não dizer "insuficiente", e gastando mais tempo que no meu primeiro emprego, em 1996, como auxiliar num laboratório de informática. Completa falta de opção. Neste serviço eu certamente estaria entediado desde o primeiro minuto.

Milagrosamente, recebi um telefonema oferecendo uma vaga que eu vinha procurando há algum tempo, de Coordenador em Tecnologia da Informação, e tive uma leve esperança de que poderia dar certo, seguida da usual expectativa de que seria provavelmente no máximo mais um processo seletivo em vão. Eu estive em cerca de uma dúzia desses desde o ano passado, quando fiz um da Catho, para trabalhar na mesma. E não deu outra. Desta vez consegui um motivo, sem querer: supostamente fui descartado por receio de que eu pudesse durar pouco no cargo, já que "meu objetivo era outro". Nem eu sei ao certo meu objetivo ainda, mas o selecionador sabia. Agora eu sei que eu tinha boas chances de me encaixar direitinho no perfil, isso pouco importa, apesar dele aparentemente compartilhar minha opinião nisso.

Todos trabalhos que já tive até hoje foram por indicação direta ou o empregador entrou em contato direto comigo, através do meu currículo ou qualquer outro meio, sem um processo seletivo, sem uma pessoa no meio tentando filtrar dezenas de candidatos para uma vaga. Eu nunca passei nesses processos. E já passei na FUVEST, assim como sei que posso passar em qualquer teste técnico a que me propuser. Por que não consigo então passar das "dinâmicas em grupo"?

Logo, me perguntando por que, parece que o problema não está, afinal, em mim... É simplesmente um jogo de mentiras que, assim como um namoro, eu nunca me propus a aprender a jogar. A sinceridade é detectada e vista como um ponto negativo, pois alguém que não é sincero não vai citar pontos que não sejam atraentes aos olhos de quem quer que esteja julgando e procurando problemas. Encontrar um problema não é visto como "bom, pelo menos eu sei um pouco melhor com o que estou lidando" mas sim ingenuamente como "xi, este não é perfeito, próximo candidato".

Nessas horas eu gostaria muito de trabalhar em um cargo de selecionar pessoas só para entender melhor como pode ser feito de forma tão errada... Torcendo para que não seja "só isso". Não que seja um problema simples de resolver, mas certamente criar tramas para fingir que está resolvido não ajuda mais que atrapalha, no final das contas, a empresa.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Lûscher test

Your Existing Situation

Works well in cooperation with others. Needs a personal life of mutual understanding and freedom from discord.


Your Stress Sources

Delights in the tasteful, the gracious, and the sensitive, but maintains his attitude of critical appraisal and refuses to be swept off his feet unless genuineness and integrity can be absolutely vouched for. Therefore keeps a strict and watchful control on his emotional relationships as he must know exactly where he stands. Demands complete sincerity as a protection against his own tendency to be too trusting.


Your Restrained Characteristics

Circumstances are forcing him to compromise, to restrain his demands and hopes, and to forgo for the time being some of the things he wants.

Able to achieve satisfaction through sexual activity.


Your Desired Objective

His need to feel more causative and to have a wider sphere of influence makes him restless and he is driven by his desires and hopes. May try to spread his activities over too wide a field.


Your Actual Problem

Intensely critical of the existing conditions which he feels are disorganized or insufficiently clear-cut. Is therefore seeking some solution which will clarify the situation and introduce a more acceptable degree of order and method.


Your Actual Problem #2

The fear that he may be prevented from achieving the things he wants leads him into a relentless search for satisfaction in the pursuit of illusory or meaningless activities.

domingo, 8 de junho de 2008

Kawsay School

Adicionei uma qualificação no meu curriculum hoje. Me formei na "Kawsay School", entre jan de 2005 e jan de 2006. O nome eu inventei, misturando significados do idioma Quíchua, falado pelos incas. Traduzindo: "Escola da Vida".

Afinal, ainda não consegui fazer um toefl, mas já fiz um simulado e tenho um bom score (sem estudar, e sem praticar inglês por pelo menos um ano, fiz 560 de 640, suficiente para ser aceito em basicamente qualquer universidade). E similarmente, se existisse uma forma de me certificar em Tecnologia da Informação, eu certamente teria também uma nota excelente.

domingo, 1 de junho de 2008

Ano Incrível

Sempre tive alguns sonhos, normais à maioria, perseguidos por poucos... Fazer mágica, descubrir novas misturas químicas, criar jogos eletrônicos, produzir filmes... Também tive vontade de fazer o que todos perseguem como ser jogador de futebol ou basquete, mas nunca aparecer na frente de uma câmera. Nunca quis ser famoso. Reconhecido sim, poder ver grandes feitos que "realizei" também. Mas que o mínimo de pessoas soubessem a respeito. Nunca quis, também, ser especialista em uma coisa só. Talvez isso seja uma indecisão, ou talvez uma decisão burra, mas continua sendo minha opção até hoje. Não tenho uma especialidade.

Mas uma dessas minhas paixões, por tecnologia, me jogou numa ladeira onde comecei a trabalhar profissionalmente com programação em 1998 e não consegui sair da bola de neve que isso fez da minha vida até o começo deste ano de 2008. Na verdade, acho que o processo começou em 1996, com o curso de Processamento de Dados que escolhi, naturalmente, pois era a opção que mais me agradava entre o que podia escolher fazer, e eu já conhecia um bocado a respeito. A questão é que entre 1998 e 2002 eu não sentia problema algum em fazer isso, parecia bom, talvez tenha sido mesmo... Mas meio que repentinamente eu não consegui manter o ritmo e no fundo comecei a adoecer até um limite em que simplesmente não podia trabalhar mais. Olhando pra trás, o meu rendimento nunca foi satisfatório (pro que eu queria) e muito menos valeu a pena (pelos resultados). Engraçado que eu lembro de ter tido que escolher uma senha, em 1998, quando no meu primeiro trabalho, para meu usuário na rede... E, entre letras e números, escolhi "2007", uma senha que gosto de chamar de "senha pública".

Bem, em janeiro de 2007 eu tive um convite para uma entrevista ao emprego em que trabalhei ateh janeiro de 2008. Fui bem em toda parte técnica como de costume. E fiz também uma redação falando de todos problemas que eu tinha com trabalho, em manter o ritmo, acho que até citei os problemas de saúde atuais que me impediram de trabalhar regularmente nos anos anteriores. Eu não estava querendo causar problemas e queria deixar bem claro que estava disposto a tentar mudar tudo, mas totalmente sem esperanças. Por um motivo ou outro, me aceitaram mesmo assim, o que me surpreendeu e de certa forma me animou um pouco. Seria uma vida nova, sozinho, ganhando suficiente pra recomeçar de novo, apesar que ainda um pouco inferior ao meu salário em 2001, e tendo que trabalhar mais. Pois bem, comecei em fevereiro e fui atrás de um lugar pra morar, enquanto me hospedava num hotel pago pela empresa. Um pequeno incentivo que é sempre bem vindo para animar.

Eu já havia antes, enquanto nos EUA, passado por isso. Cidade nova, trabalho novo, busco um lugar, me alojo, arrumo como posso, e vou me adaptando. Passei por isso quando voltei pro Brasil também, desta vez sem uma renda, sem trabalho, em São Paulo, e me arranjei de alguma forma mesmo assim. Não tive maiores problemas até então. Mas desta vez, a cidade que fui parar (Piracicaba, muito bonita por sinal) tinha uma máfia gigante de imobiliárias e não tornava nem um pouco simples alugar um espaço pra morar. Precisava de muitos papéis e documentos que eu não teria menor condição de arranjar, ou um capital absurdo que eu também não possuia. Burocracia na sua pior forma. Procurei em todas. Procurei flats, inexistente. Proprietários, nenhum faria sem a máfia, com medo da falta de proteção do sistema judiciário. A única opção que encontrei por todo tempo que morei lá foi sublocar. Pensões, na maioria das vezes. Por um tempo morei com um amigo do trabalho, mas isso é bem mais pra frente.

Foi buscando esse lugar pra morar que começou algo que eu não esperava acontecer... Afinal, em toda minhas frustradas tentativas, e experiências negativas, somado ao fato de nunca ter parado para buscar, eu continuava sem qualquer tipo de plano ou esforço em direção a conseguir aquilo que a sociedade veria como uma namorada. Eu prefiro imaginar que seria alguém com quem eu não precisaria me preocupar com ciúmes, pra começar, o que por si só já elimina qualquer definição convencional de namoro. Falta um nome pra me fazer entender melhor aqui, eventualmente encontro ou invento um. Antigamente eu me acolhia com amigos, as vezes com amigas, mas esses cresceram e tiveram que assumir papéis sociais que nos distanciaram muito mais do que eu gostaria.

Mas bem, encontrei uma garota de 20 anos que estava também procurando um lugar e se mudando pra cidade. Tentando encurtar um pouco essa parte da histórinha, ela se tornou minha melhor amiga e confidente por cerca de 6 meses. Mas era muito volátil e, na falta de uma palavra melhor, desjuizada. Moramos junto por alguns meses, tentei "namora-la", ela não quis por vários motivos.

Pelo menos pude aprender muito nesse tempo, essa foi certamente a melhor parte. Só por querer tanto ficar junto, apesar de todos pesares, ajudou bastante a melhorar minha auto-estima, eventualmente com algumas atitudes também. Principalmente ao me ajudar, incrivelmente, a ficar com uma outra garota, de 23, com quem troquei pela primeira vez um beijo e na cama. Foi muito bom passar pela experiência. Mas nada disso durou, e tudo se desmanchou muito mais rapidamente do que se formou. A "minha" garota foi pra outra cidade, de volta pro então namorado, possivelmente temendo por algo que eu disse.

Enquanto isso, eu e minha amiga terminamos brigando, nos separamos. Cerca de 2 meses mais tarde ela até admitiu de certa forma que estava errada, e pediu tanto pra eu voltar que tentamos viver juntos de novo por um tempo. Na época eu tinha acabado de ser demitido e ela ofereceu, de certa forma, me ajudar um pouco com custos, mas acho que no fim era só por interesse pois nunca mais voltamos a conversar direito, e ela acabou me trocando pelos novos relacionamentos que já tinha formado, além de rompido com a promessa de novo.

Ela foi uma pessoa que vivia criando problemas e fugindo deles ao mesmo tempo. Gostaria de saber dimensionar melhor se foi bom ou ruim no fim. Teria certamente sido bom se ela simplesmente cumprisse com a palavra. Pra ela, eu acredito que tenha sido bom, afinal, egoísta do jeito que era não tinha como perder algo comigo. Nada de falsa modéstia, não acho que seja algo bom sair perdendo numa relação, mas a verdade é que eu gosto demais das pessoas num geral pra me permitir a hipocrisia de cometer erros que eu jamais gostaria que ocorressem comigo, e pelo menos pude aprender um bocado de como conseguir evitar isso ao mesmo tempo de não me perjudicar tanto no processo. Talvez eu não tenha perdido tanto quanto parece no fim, e ela não tenha saído com o melhor da relação. Talvez.

Nisso, o ano de 2007 já tinha se acabado, assim como tudo que fiz nele já tinha ficado pra trás, com excessão de várias novas amizades, e duas em especial com quem mantenho um certo contato até hoje, apesar da nova distância. Mas essa história fica pra próxima vez que conseguir me insipirar pra escrever de novo.

Espero não ter sido muito inescrupuloso com as palavras... Pois sei de longa data que não consigo me fazer entender direito usando as malditas letras ajuntadas.